top of page

OpenAI revela primeiros estudos sobre o impacto emocional do ChatGPT

  • Foto do escritor: Clara Duarte
    Clara Duarte
  • 10 de abr.
  • 2 min de leitura

Homem com expressão sorridente e pensativa interage com um dispositivo, usando fone de ouvido e óculos, em ambiente interno com iluminação suave e decoração moderna — cena do filme Her.

Quando o filme Her foi lançado em 2013, a ideia de um relacionamento emocional entre humanos e inteligências artificiais parecia coisa de um futuro distante — ou pura ficção. Mas uma nova pesquisa da OpenAI, em parceria com o MIT Media Lab, mostra que essa realidade já está mais próxima do que imaginamos.


Ao analisar milhões de interações com o ChatGPT, os pesquisadores começaram a mapear como os chatbots afetam nosso bem-estar emocional. Os resultados revelam que, mesmo sem ser projetado para esse fim, o ChatGPT já é usado por muitas pessoas como uma forma de companhia, levantando questões sobre solidão, vínculos emocionais e os limites da tecnologia no nosso cotidiano.




A pesquisa analisou cerca de 40 milhões de interações com o ChatGPT, além de acompanhar quase mil usuários durante um período de quatro semanas. Embora a maioria use a ferramenta como apoio para tarefas diárias, uma minoria significativa desenvolve vínculos emocionais com o chatbot. Esses usuários costumam interagir por períodos mais longos — alguns chegam a passar até meia hora por dia conversando com a IA.


Curiosamente, os dados apontam diferenças de comportamento entre homens e mulheres. As participantes mulheres, por exemplo, demonstraram uma leve redução na disposição para socializar com outras pessoas após o uso contínuo da ferramenta. Outro dado intrigante: usuários que interagiram com a voz do ChatGPT em um gênero diferente do seu relataram níveis mais altos de solidão e uma dependência emocional maior ao fim do estudo.


Homem de costas, usando óculos e camiseta branca, observa a cidade iluminada do alto de uma sacada ao anoitecer — cena do filme Her.

Embora os resultados sejam limitados por dependerem de relatos subjetivos, eles reforçam o que outras pesquisas já vêm apontando: os chatbots tendem a refletir o estado emocional do usuário, criando um ciclo de retroalimentação. Ou seja, quanto mais alegre ou triste a pessoa está, mais o chatbot responde nessa mesma frequência.




A iniciativa representa um primeiro passo importante para compreender o impacto emocional de interações com IAs generativas. Jason Phang, pesquisador da OpenAI envolvido no projeto, destaca que o objetivo é justamente abrir essa discussão no setor e começar a estabelecer métricas mais claras sobre os efeitos de longo prazo da IA nas pessoas.


Especialistas também lembram que a interação com a tecnologia, mesmo que não intencionalmente emocional, pode ter efeitos sutis e difíceis de mensurar.

“Somos humanos, e levamos nossas emoções para todas as interações — inclusive com a inteligência artificial”, observa Kate Devlin, professora de IA e sociedade no King’s College London.

Logotipo da OpenAI em preto e branco, com símbolo geométrico à esquerda e o nome “OpenAI” em fonte sem serifa à direita, sobre fundo branco.

A OpenAI planeja submeter os estudos a revistas científicas para revisão por pares, marcando um passo importante rumo a um uso mais consciente e saudável da IA.



Apesar de ainda estarmos longe de viver algo como o romance entre Theodore e a assistente virtual Samantha, de Her, o estudo mostra que o envolvimento emocional com a tecnologia não é apenas plausível — já está acontecendo. E entender essas dinâmicas é essencial para criar interações mais saudáveis e conscientes com a inteligência artificial.


Comments


bottom of page